Análise: Palmeiras mantém freguesia corintiana no Derby, mas queda de rendimento no 2º tempo preocupa

Por Felipe Leite

A noite de sábado (29) foi quase perfeita para o Palmeiras. No Allianz Parque, pela 3ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Verdão derrotou o Corinthians pelo placar de 2 a 1 — Murilo e Raphael Veiga marcaram para os donos da casa, enquanto Piquerez, contra, anotou para o Timão.

Freguês bom é freguês fiel, diz o ditado. Dos últimos 10 clássicos, o time de Abel Ferreira perdeu somente um: são três empates e, agora, seis vitórias nos outros confrontos — este foi o quinto Derby consecutivo sem ser derrotado.

Além disso, o Alviverde bateu recorde de público da história de seu estádio no Derby pelo Brasileirão: 41.457 ingressos foram vendidos para o embate — o número superou o registro anterior, que era de 41.444 pessoas presentes na segunda partida das finais do Campeonato Paulista deste ano, contra o Água Santa.

De quebra, os comandados de Abel Ferreira intensificaram o cenário de crise no maior rival que, sem técnico, vive turbulência ainda maior após a conturbada saída de Cuca do comando técnico.

Mas então por que então a noite foi “quase perfeita”? Você provavelmente está se perguntando isso, incrédulo, já que a atuação alviverde foi, em geral, muito boa.

É que a queda de rendimento na etapa final do clássico preocupa um pouquinho. “No fim, foi preciso (apoio) porque estávamos sofrendo e nossa torcida é top mesmo, contra tudo e contra todos. Obrigado a vocês (torcedores), vocês são determinantes a conseguir os resultados”, reconheceu o técnico Abel Ferreira.

“É normal nosso rendimento dar uma caída. A gente teve um primeiro tempo muito intenso, praticamente dominamos a equipe do Corinthians e tivemos as melhores oportunidades. Poderíamos ter feito um resultado ainda melhor, se a gente tivesse sido um pouco mais eficiente”, apontou Zé Rafael. “Acho que isso, às vezes, tem atrapalhado um pouco o nosso jogo. 2 a 0 é sempre muito perigoso, assim como foi no segundo tempo: eles fizeram o gol e ganharam um pouco de moral, um pouco de vida dentro do jogo. Acho que isso tem dificultado um pouco para nós, essa queda (de rendimento) quando o resultado está favorável. Podemos melhorar nessa parte e faremos isso ao longo do ano”, garantiu o jogador.

Claro, o Corinthians não ameaçou tanto assim e o gol foi fruto de uma casualidade, após cobrança de escanteio de Róger Guedes, rasteira, na primeira trave. Piquerez foi ‘dar uma bica’ para isolar a bola e acabou jogando contra as próprias redes.

Mas como Zé Rafael mesmo apontou, a queda de rendimento quando o resultado favorece o Verdão já faz o sinal amarelo ligar. No jogo contra o maior rival, Paulinho chegou a ter uma ótima chance de empatar já nos minutos finais. O “se” não entra em campo, mas é preciso ter cuidado.

Por enquanto, a diminuição de ritmo é só uma nota de rodapé. Mas para um técnico que preza por excelência e por um elenco com apetite de seguir empilhando títulos, um pouco de atenção se faz necessária.

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